Finanças
Tesouro Nacional e os "Panda Bonds": Uma Nova Perspectiva
2024-11-18
O Tesouro Nacional tem se empenhado em explorar novas formas de emissão de títulos. Atualmente, estão sendo estudados os "panda bonds", que consistem em empréstimos no mercado chines no renminbi. Essa operação tem se mostrado atraente para países parceiros da segunda maior economia do mundo, pois permite financiar investimentos.

O Evento em São Paulo

Na última terça-feira (12), na cidade de São Paulo, a secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, participou de um evento com empresários chineses. Ela afirmou que os "panda bonds" representam uma oportunidade valiosa. Além disso, revelou que o Tesouro está estudando a emissão desses títulos em breve.

Os "Panda Bonds": Origem e Características

Os "panda bonds" foram criados em 2005 pelo governo chinês como uma alternativa para governos e empresas estrangeiras captarem recursos no mercado local. Esses títulos permitem que as empresas e governos obtenham financiamento a um custo mais baixo do que em outros mercados. Além disso, a volatilidade do câmbio entre o real e o renminbi é mais baixa do que entre o real e o dólar, o que reduz o custo do hedge contra variação cambial.

O Plano Anual de Financiamento 2024

O documento "Plano Anual de Financiamento 2024", publicado em 30 de janeiro deste ano, esclarece a estratégia de emissões externas da República. Ele relata que a emissão de títulos de referência em dólares americanos é o ponto principal, privilegiando a manutenção de uma curva de juros soberana eficiente. No entanto, o Tesouro também está estudando outros mercados, em busca de oportunidades de emissão que estejam alinhadas com a estratégia da gestão da Dívida Pública Federal.

A Emissão da Suzano na China

Em 2024, a Suzano foi a primeira empresa brasileira a emitir títulos na China. Em agosto, a empresa anunciou aval para a sua subsidiária internacional emitir títulos de até 20 bilhões de renminbi (cerca de R$ 16 bilhões), com intermédio do Bank of China. A primeira das operações deve movimentar 1,2 bilhão de renmimbi (R$ 960 milhões) com prazo de até três anos. Os recursos serão usados para o desenvolvimento da plantação de florestas de eucalipto no Brasil, o que é uma iniciativa importante para a economia nacional.

As Vantagens da Emissão na China

Segundo Hsia Hua Sheng, vice-presidente do BOC Brasil e professor de finanças na FGV EAESP, a emissão de títulos na China traz vantagens significativas para as empresas. Os juros são mais baixos no país asiático, com opções até 2,5% ao ano, enquanto a Selic, taxa básica do Brasil, está em 11,25%. Além disso, a volatilidade do câmbio é mais baixa, o que reduz o custo do hedge. Esses fatores tornam a emissão na China uma opção atraente para as empresas brasileiras.

A Política dos Brics

A iniciativa da Suzano e o plano do Tesouro para emitir títulos na China estão alinhadas com a política dos países do Brics de tentar diminuir a dependência em relação ao dólar para transações internacionais. Essa política visa criar meios de pagamento alternativos e reforçar a ordem multipolar no sistema financeiro internacional.
Título: A Desvalorização Cambial na Venezuela e seu Impacto
2024-11-18
A desvalorização cambial tem se mostrado um fenômeno significativo na Venezuela. Segundo fontes do setor público e privado, essa desvalorização deverá reverter anos de recuo da inflação na nação. As vendas de moeda estrangeira ficaram abaixo da demanda e o governo socialista mantém silêncio sobre sua estratégia.

Descubra o Efeito da Desvalorização Cambial na Venezuela

Primeiro Aspecto: O Início da Desvalorização

Depois de anos de hiperinflação e em meio a amplas sanções dos Estados Unidos, em 2022 o governo do presidente Nicolas Maduro começou a usar políticas ortodoxas. Essas políticas incluíram restrições de crédito, redução dos gastos públicos, uma taxa fixa de dólar-bolívar e vendas de bilhões de dólares em moeda estrangeira pelo banco central para conter os preços ao consumidor. Maduro, que iniciará seu terceiro mandato em janeiro, após uma eleição controversa que a oposição e observadores internacionais afirmam que ele perdeu, disse que seu governo derrotou uma inflação de mais de 100.000% e que os preços em 2024 são semelhantes aos de 2014.Mas a política do governo agora mudou. Depois de mais de nove meses em que a taxa de câmbio foi mantida em 36,5 bolívares por dólar, o governo permitiu em meados de outubro que a moeda flutuasse, dando início a uma desvalorização que fez com que o bolívar caísse para cerca de 45 em relação ao dólar, de acordo com dados do banco central.

Segundo Aspecto: Impacto no Setor Privado

Analistas afirmam que a moeda sobrevalorizada tornou as importações mais baratas do que os produtos feitos localmente, afetando o setor privado da Venezuela e ajudando a elevar os preços em 12% em nove meses. A desvinculação da taxa de câmbio também pressionará os preços para cima no último trimestre de 2024, disseram fontes financeiras e empresariais, com analistas prevendo, em uma pesquisa da LatinFocus, que a taxa terminará o ano em 50 bolívares por dólar. A inflação anual foi de 25% até setembro. Os números oficiais de outubro ainda não foram divulgados.“Durante nove meses, a depreciação da moeda foi zero, enquanto a inflação estava subindo, o que expôs problemas no esquema de câmbio”, disse o professor de economia e consultor Daniel Cadenas, que acrescentou que o mercado depende da renda do petróleo. “Para que o sistema funcione, é necessário que haja uma fonte crescente de moedas e isso não é possível.”O governo havia previsto internamente que a inflação fecharia o ano em 30%, disseram duas fontes com conhecimento da projeção, mas a depreciação poderia aumentar o número e os analistas locais estimaram a inflação entre 35% e 40%.

Terceiro Aspecto: Comentários do Governo

“Houve um ajuste necessário na taxa de câmbio que terá um impacto sobre a inflação”, disse Asdrubal Oliveros, diretor do think tank local Ecoanalitica. “O governo entendeu que precisa desvalorizar.”A vice-presidente Delcy Rodriguez disse em um evento com empresários no mês passado que deve haver uma “reflexão” sobre o uso de moeda estrangeira. “Todos nós devemos nos preocupar com a forma como as moedas são usadas nas importações”, disse ela. “Precisamos cuidar do câmbio porque este é um país bloqueado e não pode haver moeda barata para o xampu.”Os comentários de Rodriguez são os únicos feitos sobre o assunto pelo governo desde o início da desvalorização. Nem o banco central, nem os ministérios das Comunicações ou das Finanças responderam aos pedidos de comentários.A demanda do setor privado por moeda estrangeira barata aumentou durante os nove meses em que a taxa foi mantida, mesmo com a redução da quantidade de dólares injetados no mercado pelo banco central, disseram as fontes. Em julho, o banco estava oferecendo cerca de 800 milhões de dólares, mas em outubro esse número caiu para 400 milhões de dólares, de acordo com cálculos da consultoria local Sintesis Financiera.O banco central não respondeu a uma pergunta sobre a redução.
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Título: O Futuro das Criptomoedas: Bitcoin a US$ 100 mil e Ethereum a US$ 3.500
2024-11-18
Na última semana, o Bitcoin, que havia atingido seu pico histórico acima de US$ 93 mil, entrou em uma correção de valor, negociando a US$ 89.827,80, com uma queda de 0,7% nas últimas 24 horas. Isso representa uma queda de 3,9% em relação ao seu máximo histórico. Atualmente, há um grande volume de negociações concentrados próximo ao topo do gráfico, o que sugere a possibilidade de quedas futuras. De acordo com Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, para que essas quedas sejam mais moderadas, o preço precisa cair abaixo de US$ 86.720. Se isso acontecer, o Bitcoin pode buscar os próximos suportes, que estão nos níveis de US$ 86.100 e US$ 81.680. Por outro lado, se houver mais compras e o preço superar o recorde histórico, o Bitcoin pode atingir novos patamares, entre US$ 100.000 e US$ 105.000.

Descubra como as criptomoedas podem atingir altos recordes

Bitcoin: Correção e Perspectivas Futuras

O Bitcoin tem se mostrado um ativo volátil, com movimentos significativos nas últimas semanas. Após atingir seu pico histórico, ele entrou em uma correção que tem levado seu preço a descer. No entanto, a possibilidade de um aumento no fluxo de compradores pode levar o Bitcoin a novos níveis. Ana de Mattos acredita que, se o preço cair abaixo de US$ 86.720, o Bitcoin pode buscar os próximos suportes. Caso contrário, se houver mais demanda, o Bitcoin pode atingir valores acima de US$ 100.000. Esses movimentos demonstram a importância da análise técnica e da percepção do mercado para entender o comportamento das criptomoedas.

Ethereum: Correção e Desafios

O Ethereum também está sofrendo uma correção, com uma queda de 0,5% nas últimas 24 horas, negociando a US$ 3.080,56. Como no caso do Bitcoin, há um alto volume financeiro no topo do gráfico, o que sugere a possibilidade de uma correção mais ampla. Ana de Mattos acredita que, se houver continuidade da queda, os valores de suporte estão nas faixas dos US$ 2.900 e US$ 2.830. Por outro lado, se houver aumento na demanda por Ethereum, as resistências de curto e médio prazo estão nos níveis de US$ 3.200 e US$ 3.560. Esses níveis serão importantes para monitorar, pois podem indicar a direção futura do preço da criptomoeda.
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