Finanças
Título: O Dólar à Vista e a Moeda Brasileira: Dinâmica de Desvalorização e Recuperação
2024-11-18
Nesta segunda-feira, o dólar à vista apresenta uma tendência de desvalorização em relação ao real. A dinâmica global de depreciação da moeda americana tem impacto significativo. Além disso, fatores como o possível lucro do Trump trade, a alta de preços das commodities e as informações sobre a seara fiscal estão atuando como motivos que dão suporte à valorização da moeda brasileira.
Descubra as Forças que Moldam o Dólar à Vista e a Moeda Brasileira
Desvalorização do Dólar à Vista
Perto das 13h30, o dólar comercial estava negociado em queda de 0,71%, cotado a R$ 5,7486. Ele havia tocado a mínima de R$ 5,7371 e encostado na máxima de R$ 5,7998. No exterior, o índice DXY também exibia desvalorização de 0,19%, aos 106,482 pontos. Isso mostra a intensidade da queda do dólar na perspectiva global.Impacto das Commodities
A sessão começou com o dólar oscilando, mas com a elevação dos preços do petróleo, o câmbio doméstico começou a apreciar. Operadores de câmbio acreditam que as commodities estão ajudando a dar suporte à moeda brasileira na recuperação. No entanto, eles também destacam que havia um pessimismo grande nas posições e que agora, diante das perspectivas fiscais, parte desse pessimismo está se dissolvendo. "Estava muito esticado, com o investidor local muito pessimista", afirma um gestor de moedas.Perspectivas do Goldman Sachs
O Goldman Sachs afirma, em um relatório sobre perspectivas das moedas, que o real, assim como o peso mexicano, tem um alto prêmio de risco incorporado. Embora as medidas tarifárias dos Estados Unidos e as incertezas comerciais limitem a apreciação dessas moedas no mercado spot (à vista), uma desvalorização adicional também deve ser mais controlada devido aos níveis de preços. "Isto, combinado com o carry positivo, sugere que os retornos totais para essas moedas podem estar mais isolados de um ambiente de dólar forte do que em outros lugares", afirma.Recuperação do Real com o BC
Com o Banco Central voltando a subir juros no Brasil, o real recuperou o primeiro lugar do ranking de moedas de "carry-trade", segundo o Goldman. "Enquanto taxas historicamente mais altas nem sempre foram correlacionadas com um real mais forte, acreditamos que os aumentos das taxas podem compensar, pelo menos parcialmente, os receios de 'dominância fiscal' na moeda, especialmente se o nível das taxas reais for significativamente superior à média", afirma.Perspectivas para 2025
Ainda de acordo com o banco, o real deve ter um "caminho relativamente estreito em 2025" diante de um equilíbrio entre um BC proativo e uma moeda barata, por um lado, e riscos fiscais persistentes e dólar globalmente forte, por outro. "O principal risco de 'cauda direita' para esta visão será a implementação de cortes de despesas sustentáveis que conduzam a uma âncora fiscal credível."