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Trem de Morte: O Retorno Aterrorizante do Surfe Ferroviário no Rio de Janeiro
2024-11-02
A SuperVia, a concessionária responsável pelos trens urbanos do Rio de Janeiro, está enfrentando um desafio crescente: o ressurgimento do "surfe ferroviário", uma prática perigosa e ilegal praticada por crianças e adolescentes que viajam no teto dos vagões, desafiando os riscos elétricos e de acidentes. Essa tendência, que já havia sido vista na década de 1990, volta a preocupar as autoridades e a concessionária, que buscam formas de coibir essa atividade e conscientizar a população sobre seus perigos.
Desafio Mortal: O Retorno do Surfe Ferroviário no Rio de Janeiro
Surfando nos Trilhos: O Ressurgimento de uma Prática Perigosa
A SuperVia, concessionária responsável pelos trens urbanos do Rio de Janeiro, tem enfrentado um desafio crescente com o ressurgimento do "surfe ferroviário" na cidade. Essa prática, que consiste em crianças e adolescentes viajando no teto dos vagões, desafiando os riscos elétricos e de acidentes, já havia sido vista na década de 1990, mas voltou a preocupar as autoridades. A empresa tem buscado formas de coibir essa atividade e conscientizar a população sobre seus perigos.Perigo Iminente: Os Riscos do Surfe Ferroviário
O surfe ferroviário envolve graves riscos para os praticantes. Ao viajar no teto dos vagões, eles correm o risco de serem eletrocutados pelo pantógrafo, o dispositivo responsável pela captação da corrente elétrica que alimenta o trem. Além disso, os jovens precisam desviar de obstáculos como placas e postes, colocando suas vidas em perigo. Essa prática já resultou em diversas mortes no passado, principalmente na década de 1990, quando o fenômeno ganhou notoriedade.Combatendo o Surfe Ferroviário: Ações da SuperVia e do Poder Público
Diante dessa situação, a SuperVia tem tomado medidas para tentar coibir o surfe ferroviário. A empresa comunicou o problema ao governo do estado em setembro e solicitou ajuda para reforçar a fiscalização. Além disso, a concessionária iniciou uma operação com o uso de drones para flagrar os casos, especialmente no ramal de Japeri, que é o mais movimentado e onde ocorrem a maioria das ocorrências.No entanto, a resposta do poder público tem sido limitada. A Central, empresa pública responsável pela engenharia de transportes, afirmou que a repressão aos casos de surfe ferroviário não é de sua alçada. A Agetransp, agência reguladora de transportes, também declarou que não é sua atribuição a fiscalização desse tipo de ocorrência, embora acompanhe o problema com preocupação.Conscientizando a Juventude: Campanhas de Prevenção
Além das ações de fiscalização, a SuperVia também tem investido em campanhas de conscientização para alertar a população, especialmente os jovens, sobre os perigos do surfe ferroviário. A empresa divulgou vídeos nas redes sociais, alertando sobre os riscos dessa prática. Alguns adolescentes chegaram a se reconhecer nas gravações e compartilhá-las em suas próprias redes sociais, exaltando o feito.Essas campanhas visam reduzir a adesão ao surfe ferroviário, especialmente durante o verão, quando o deslocamento de crianças e adolescentes para o centro da cidade é maior, em direção às praias da zona sul. A concessionária espera que, com a conscientização, o número de casos diminua e a prática seja erradicada.Um Passado Sombrio: O Surfe Ferroviário na Década de 1990
O surfe ferroviário não é um fenômeno novo no Rio de Janeiro. Na década de 1990, essa prática perigosa ganhou notoriedade, com a ocorrência de diversos acidentes e mortes. Naquela época, o "surfe ferroviário" chegou a ser retratado em páginas de jornais, reportagens de televisão e até em letras de música, como a canção "W Brasil", de Jorge Ben Jor.Os casos de acidentes envolvendo jovens que viajavam no topo dos trens se misturavam com as próprias falhas no transporte de passageiros. Em alguns processos judiciais, a então gestora dos trens urbanos, a Flumitrens, chegou a alegar que as vítimas eram "surfistas ferroviários", tentando se eximir de responsabilidade.Um Cenário de Crise: A Recuperação Judicial da SuperVia
O ressurgimento do surfe ferroviário no Rio de Janeiro ocorre em um momento de crise para a SuperVia. A concessionária, controlada pelo grupo japonês Mitsui, está em recuperação judicial e alega que o governo estadual não cumpriu obrigações de pagamento nos últimos anos, colocando a empresa em risco de falência.Essa situação de instabilidade financeira e operacional da SuperVia pode estar dificultando uma resposta mais efetiva ao problema do surfe ferroviário. A empresa afirma que enviou uma carta à secretaria estadual de Transportes e à Agetransp, solicitando apoio para ações de combate a essa prática, mas a resposta das autoridades tem sido limitada.Diante desse cenário, a população do Rio de Janeiro fica à mercê dos riscos do surfe ferroviário, enquanto as autoridades e a concessionária buscam soluções para erradicar essa perigosa tendência que volta a assombrar a cidade.