Receita
Desvendando os Rótulos: Alimentos "Saudáveis" Que Podem Prejudicar Sua Saúde
2024-11-02
Ao percorrer os corredores de um supermercado, é comum encontrar uma variedade de produtos com rótulos que prometem benefícios à saúde. Muitos consumidores, em busca de uma alimentação equilibrada, acabam adicionando essas opções ao carrinho de compras. No entanto, alguns desses alimentos com "selos de aprovação" podem, na verdade, ser disfarces para ultraprocessados prejudiciais.
Descubra os Segredos Ocultos Nos Rótulos "Saudáveis"
Desmascarando os Ultraprocessados
Para revelar esses ultraprocessados escondidos atrás de rótulos saudáveis, a coluna Claudia Meireles contou com a expertise de duas especialistas: a médica pós-graduada em nutrologia Lorena Cariello, do Rio de Janeiro, e a nutricionista Leticia Canelada, de São Paulo. Ambas fazem parte do Instituto Nutrindo Ideais e foram convocadas a listar cinco alimentos que, apesar de serem anunciados como benéficos à saúde, na verdade, podem causar o efeito contrário.A lista de Lorena inclui o peito de peru, a farinha láctea, os sucos de caixinha e os biscoitos integrais. Já Letícia elenca a barra de proteína, o iogurte adoçado ou com sabor, a granola e o doce "fit". Uma unanimidade entre as duas especialistas é a barra de cereais. De acordo com a nutricionista, incluir essas opções na rotina aumenta o consumo de açúcares e adoçantes, elevando os riscos de resistência à insulina, obesidade, inflamação crônica e diabetes.Os Impactos Ocultos dos Ultraprocessados
Segundo Lorena, os alimentos mencionados também costumam ser ricos em sódio, gorduras e carboidratos ruins, além de serem pobres em vitaminas, minerais e fibras. "A falta de nutrientes essenciais pode comprometer a nutrição a longo prazo", alerta a médica pós-graduada em nutrologia. Ela ainda ressalta que o consumo frequente desses ultraprocessados disfarçados pode gerar "consequências para a saúde", como doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.Leticia Canelada, a nutricionista com especialização genômica nutricional, destaca que alguns aditivos e conservantes presentes nesses alimentos ultraprocessados com rótulos de "saudáveis" são "potenciais disruptores endócrinos". Ela explica que esses compostos "afetam o equilíbrio hormonal e aumentam o risco de doenças metabólicas". No caso das crianças, o consumo desses ultraprocessados disfarçados pode impactar negativamente o desenvolvimento infantil, alerta a médica Lorena Cariello.Dicas para Identificar os Ultraprocessados
Para evitar levar para casa esses produtos ultraprocessados disfarçados de saudáveis, as especialistas recomendam ficar atento aos rótulos. "Você deve sempre ler a lista de ingredientes e deixo um aviso: produtos ultraprocessados tendem a ter uma lista extensa com ingredientes desconhecidos, como aditivos, conservantes e emulsificantes", detalha a nutricionista Leticia.Lorena Cariello complementa que rótulos com mais de cinco ingredientes ou com nomes pouco familiares e que não fazem parte do seu dia a dia na cozinha devem deixar o consumidor em alerta. Ela também explica que o açúcar pode aparecer com nomes disfarçados, como sacarose, maltodextrina, glicose e xarope de milho. "Se um desses aparecer como o primeiro ingrediente da lista, o produto provavelmente tem muito açúcar", elucida a médica.Leticia Canelada alerta que não se deve se deixar levar pela ideia de "não tem açúcar, portanto, é saudável" quando se trata de adoçantes. Ingredientes como aspartame, sucralose, acessulfame K, ciclamato e maltitol são frequentemente usados para adoçar alimentos sem calorias ou poucas calorias, mas podem ocasionar impactos negativos no metabolismo e na microbiota intestinal.Além disso, a nutricionista indica verificar a presença de gorduras hidrogenadas e de óleos vegetais refinados, como o de palma, soja, algodão e canola, na lista de ingredientes, pois são prejudiciais à saúde cardiovascular. Ela também ressalta a importância de ficar atento a produtos que contenham glutamato monossódico, nitritos ou níveis elevados de sal, mesmo que sejam apresentados como naturais ou integrais.Lorena Cariello alerta que alimentos titulados como "light", "fitness" e "rico em fibras" merecem cuidado tanto na compra quanto no consumo, pois esses termos normalmente mascaram ingredientes ultraprocessados. Ela sugere comparar a quantidade de gorduras saturadas e verificar se há menção de gorduras trans na tabela de informação nutricional. Caso essas orientações sejam confirmadas, a especialista instrui "evitar o consumo".