Receita
Inflação Alimentar: Um Desafio Crescente para o Poder Aquisitivo das Famílias Brasileiras
2024-11-02
Apesar das perspectivas de uma safra recorde de grãos e de condições climáticas favoráveis em 2025, os economistas preveem um aumento significativo nos preços de alimentos essenciais da cesta de consumo das famílias brasileiras no próximo ano. A combinação de um dólar mais alto e uma oferta restrita de alguns produtos-chave aponta para reajustes entre 4,5% e 11% em itens como café, frango, ovos e óleo de soja.

Inflação de Alimentos: Uma Ameaça ao Poder de Compra das Famílias

Pressão nos Preços das Carnes

Analistas projetam que a inflação de alimentos poderá chegar a 7,4% em 2025, superando a inflação geral prevista para o ano, que está em torno de 4%. Esse cenário é impulsionado, em grande parte, pela alta nos preços das carnes, que devem subir até 16,1% em 2025. Após um alívio em 2023, o custo da proteína vem subindo neste ano, motivado por uma redução na oferta de gado no campo, alta da demanda interna e da exportação elevada.Segundo o economista da XP, Alexandre Maluf, o mercado financeiro tem sido surpreendido com a recente alta da arroba do boi, cujo repasse para o consumidor tem sido mais rápido do que o esperado. Maluf projeta um aumento de pelo menos 12,5% da carne bovina este ano e avanço de 16,8% no ano que vem. A carne suína e o frango, por sua vez, devem ficar 13% e 11% mais caros no próximo ano, respectivamente.Essa pressão no setor de proteínas é atribuída a diversos fatores, como a baixa oferta de animais para abate, a conjuntura desfavorável no campo, com a falta de chuvas entre maio e setembro reduzindo a quantidade de pasto disponível para o gado, e o aumento da demanda externa, principalmente da China e de novos mercados, que provoca o desvio da produção para as exportações.

Café: Safras Prejudicadas e Oferta Restrita

Outro produto que deve sofrer forte alta de preços é o café. A seca e as altas temperaturas têm prejudicado a produção do grão, e a previsão também é de safra reduzida no ano que vem. Essa situação é agravada pela diminuição da oferta do café em outros países, o que piora ainda mais o cenário.Segundo a estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, o preço do café deve subir 22,5% este ano e 7% no próximo, devido às "safras com desempenho ruim". Já nas contas do economista da LCA, Fábio Romão, o café deve fechar o ano com alta acumulada de 32% e ter novo aumento de 11% em 2025, reflexo das queimadas e de um ciclo de baixa produtividade nas lavouras.

Óleo de Soja e Frutas: Impactos da Variação Cambial

O óleo de soja também deve ficar mais caro no próximo ano, com uma projeção de alta de 8%, segundo o economista da XP, Alexandre Maluf. Embora a previsão de safra recorde de soja possa ajudar a segurar um pouco o preço do produto, parte desse alívio deverá ser compensada pela depreciação cambial e pela demanda por biodiesel após a aprovação do projeto de lei "Combustível do Futuro".As frutas também são um foco de pressão inflacionária, com uma projeção de alta de 10,1% em 2025, puxada principalmente pela laranja. A doença greening, que afeta plantas cítricas, atrapalhou a produção e a precificação de produtores, além de dificultar a recuperação dos pomares prevista para 2025.

Alimentos In Natura: Perspectiva de Queda de Preços

Em contrapartida, alguns alimentos in natura, como arroz, feijão e alguns vegetais, devem ficar mais baratos, já que não há previsão de fenômenos climáticos extremos, como El Niño e La Niña, que afetaram fortemente a produção agrícola este ano. O economista da LCA, Fábio Romão, projeta uma deflação em cereais e leguminosas (que inclui arroz e feijão), com redução de até 5,6%, e uma queda de 2,7% em tubérculos e raízes (que inclui batata e cenoura), além de uma redução de 0,4% nos preços de hortaliças e verduras.Essa perspectiva de normalidade na produção agrícola, sem os efeitos climáticos adversos, aumenta a chance de uma inflação de alimentos dentro da meta, o que pode ajudar a preservar o poder de compra das famílias de baixa renda, que gastam uma parcela maior de sua renda com alimentação.
Transformação Revolucionária na Alimentação Hospitalar do SUS
2024-11-01
O Hospital São Paulo, vinculado à SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) e à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), é a primeira unidade de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) no estado de São Paulo a firmar contratos com organizações fornecedoras de alimentos livres de agrotóxicos. Essa iniciativa, que reforça o compromisso da instituição em oferecer saúde e assistência de qualidade, foi oficializada na última semana.

Uma Revolução na Alimentação Hospitalar do SUS

Parceria Estratégica com o Ministério do Desenvolvimento Agrário

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) desempenha um papel fundamental nesta iniciativa, sendo responsável pela implementação de políticas públicas voltadas à transição agroecológica, à reforma agrária, ao desenvolvimento sustentável e ao fortalecimento da agricultura familiar. A parceria entre o Hospital São Paulo e o MDA visa fornecer alimentos de maior qualidade aos pacientes, além de apoiar iniciativas relacionadas ao acesso à saúde para populações vulneráveis.A assinatura dos contratos com as organizações Cooperativa dos Produtores Agrícolas Solidários do Alto Tietê (Coopasat) e Instituto Terra Viva Brasil de Agroecologia (Terra Viva) marca um importante passo nessa direção. Essas entidades serão responsáveis pelo fornecimento dos alimentos livres de agrotóxicos que serão servidos aos pacientes a partir de novembro deste ano.

Compromisso com a Saúde e o Bem-Estar dos Pacientes

Para o superintendente do HSP e das Instituições Afiliadas da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), Dr. Nacime Salomão Mansur, essa iniciativa demonstra o cuidado e o comprometimento da instituição com a saúde e o bem-estar dos pacientes. "A saúde requer a manutenção de bons hábitos alimentares, incluindo o consumo de alimentos de maior qualidade (com redução de agrotóxicos e orgânicos), que são mais saudáveis e livres de componentes prejudiciais a longo prazo. Além dos tratamentos para as doenças, também nos preocupamos com a prevenção à saúde humana, com o desenvolvimento social e sustentável", afirma Mansur.Essa parceria entre o Hospital São Paulo e o MDA representa um marco importante na transformação da alimentação hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS). Ao adotar alimentos orgânicos e livres de agrotóxicos, o hospital demonstra seu compromisso em oferecer uma assistência médica integral, priorizando a saúde e o bem-estar dos pacientes.

Impactos Positivos na Saúde e no Meio Ambiente

A iniciativa do Hospital São Paulo vai além da melhoria da qualidade da alimentação dos pacientes. Ela também tem o potencial de gerar impactos positivos no meio ambiente, ao apoiar a agricultura familiar e a transição agroecológica. Ao optar por alimentos orgânicos, o hospital contribui para a redução do uso de agrotóxicos, promovendo uma produção agrícola mais sustentável e saudável.Além disso, essa parceria fortalece a agricultura familiar e o desenvolvimento rural, beneficiando diretamente os pequenos produtores que fornecem os alimentos. Essa abordagem holística, que integra a saúde dos pacientes, a sustentabilidade ambiental e o apoio à agricultura familiar, é um modelo a ser replicado em outros hospitais públicos do país.

Ampliação do Acesso a Alimentos Saudáveis

A iniciativa do Hospital São Paulo também representa uma oportunidade de ampliar o acesso a alimentos saudáveis e de qualidade para populações vulneráveis. Ao estabelecer essa parceria com o MDA, o hospital abre caminho para que outros estabelecimentos de saúde do SUS possam adotar práticas semelhantes, expandindo o alcance dessa ação transformadora.Essa abordagem inovadora na alimentação hospitalar do SUS tem o potencial de inspirar outras instituições de saúde a seguirem o mesmo caminho, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e para a promoção de uma sociedade mais saudável e sustentável.
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Joinville Celebra Excelência em Segurança Alimentar e Nutricional
2024-11-01
A Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional de Joinville (Caisan) promoveu o Prêmio de Práticas Exitosas em Segurança Alimentar e Nutricional, com o objetivo de destacar e valorizar os projetos bem-sucedidos desenvolvidos por servidores públicos da Prefeitura de Joinville. O anúncio dos vencedores ocorreu em uma cerimônia realizada no prédio O Farol.

Transformando Desafios em Soluções Inovadoras

Reconhecendo a Excelência em Segurança Alimentar e Nutricional

O Prêmio de Práticas Exitosas em Segurança Alimentar e Nutricional da Caisan reconheceu projetos desenvolvidos em diferentes áreas das secretarias municipais de Assistência Social, Saúde e Educação. Esses projetos foram avaliados com base em critérios como inovação, resultados alcançados, aplicabilidade, relevância, alinhamento às diretrizes da Política de Segurança Pública Alimentar e Nutricional, abordagem intersetorial e eficiência.

Promovendo a Produção e o Acesso a Alimentos Saudáveis

O primeiro eixo temático do prêmio contemplou projetos voltados para a promoção e ampliação da produção e do acesso a alimentos adequados e saudáveis. O projeto vencedor nessa categoria foi o "Plantar e A-Colher", que demonstrou sua capacidade de impactar positivamente a comunidade.

Reduzindo o Desperdício de Alimentos

O segundo eixo temático do prêmio reconheceu iniciativas voltadas para a redução da perda e do desperdício de alimentos. O primeiro lugar foi conquistado pelo projeto "Sustentabilidade e Segurança Alimentar nos Restaurantes Populares de Joinville", que apresentou soluções inovadoras para minimizar o desperdício. O segundo lugar foi para o "Projeto Prato Limpo - Ação de Combate ao Desperdício de Alimentos no Programa de Alimentação Escolar do Município de Joinville".

Promovendo a Educação Alimentar e Nutricional

O terceiro eixo temático do prêmio destacou ações de educação alimentar e nutricional. O primeiro lugar foi para o "Grupo Nutrindo a Vida - Um olhar multidisciplinar sobre a importância da introdução alimentar em um serviço especializado de Joinville". O segundo lugar foi para o "Programa Mama Nenê - Incentivo ao Aleitamento Materno", e o terceiro lugar foi compartilhado entre as práticas "Aprendendo sobre a alimentação saudável" e "Educa SAN".

Impulsionando Mudanças Positivas

A premiação reconheceu projetos iniciados muitas vezes por iniciativa dos próprios servidores públicos, demonstrando seu comprometimento em buscar soluções para os desafios enfrentados pela comunidade. Esses projetos poderão contribuir significativamente para o Plano Municipal de Segurança Pública e Nutricional que está sendo elaborado pela Caisan.

Fortalecendo a Articulação e Execução de Políticas Públicas

A secretária de Assistência Social de Joinville, Fabiana Cardozo, destacou a responsabilidade do município na articulação e execução de políticas públicas relacionadas à segurança alimentar e nutricional. Algumas das ações executadas incluem o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), projetos voltados à formação e qualificação de servidores e usuários, e a oferta de refeições nos Restaurantes Populares, garantindo segurança alimentar aos usuários durante todo o ano.

Fortalecendo a Conscientização e o Envolvimento

A premiação teve como objetivo chamar a atenção para a importância da política pública de segurança alimentar e nutricional, envolvendo outras secretarias, universidades e servidores públicos. Essa iniciativa visa promover o engajamento e a conscientização sobre a necessidade de garantir a segurança alimentar e nutricional para a população.
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