O governo argentino, liderado por Javier Milei, deu passos significativos na sexta-feira (17) para facilitar o uso de moedas estrangeiras em transações diárias. A iniciativa inclui a possibilidade de lojas exibirem preços tanto em pesos quanto em outras divisas e permitir pagamentos em dólares através de cartões de débito. Este movimento segue as promessas do presidente de adotar um câmbio livre e eliminar restrições à compra de dólares, medidas que visam estabilizar a economia e proteger os cidadãos contra desvalorizações monetárias.
Na quinta-feira (16), Luis Caputo, ministro da Economia, antecipou essas mudanças em sua conta na rede X, destacando que os comerciantes poderão indicar valores em dólares americanos ou outras moedas estrangeiras, além dos pesos, informando o montante total a ser pago pelo consumidor. Esta flexibilidade nas operações financeiras é parte de um esforço mais amplo para transformar a economia argentina em uma "bimonetária", onde duas moedas coexistem.
Milei assumiu o cargo no final de 2023 e desde então tem trabalhado para cumprir suas promessas eleitorais. Uma das principais metas é a adoção do câmbio livre em 2025, que visa acabar com as limitações atuais para a aquisição de dólares. Essas restrições, conhecidas como "cepo cambial", têm sido utilizadas pela população como uma forma de proteger suas economias diante da instabilidade financeira crônica.
As novas regras, que são opcionais para os comerciantes, substituem uma resolução vigente desde 2002 que apenas permitia a exibição de preços em dólares em estabelecimentos de menor destaque visual. Além disso, a taxa de câmbio aplicada nas transações não foi especificada pelo governo. No mercado oficial, o dólar era negociado a 1.063 pesos na sexta-feira, enquanto no mercado paralelo, a cotação chegava a 1.235 pesos.
O Banco Central argentino anunciou que, a partir de 28 de fevereiro, será possível realizar pagamentos em dólares usando cartões de débito vinculados a contas nessa moeda. As operações não envolverão conversão cambial, pois os preços já serão estabelecidos em dólares. Os custos adicionais, como tarifas e comissões, serão equivalentes aos de transações em pesos.
A implementação dessas medidas representa um marco importante na política econômica da Argentina. Ao permitir maior flexibilidade nas transações financeiras, o governo espera impulsionar o consumo e fortalecer a confiança dos cidadãos na economia nacional. Estas alterações refletem a determinação do país em enfrentar seus desafios econômicos e oferecer alternativas viáveis para proteger o poder aquisitivo de sua população.